Percorrendo mais de 23 km da zona rural de Teresina para o bairro Ininga, na zona urbana da capital piauiense, a estudante Millena Martins Bacelar, 19 anos, acordava 5 horas da manhã para estudar e tentar passar no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O esforço foi recompensado! A piauiense foi uma dos seis estudantes nota 1000 na redação no estado. Ela contou ao Cidadeverde.com que estudava cerca de 10 horas, em casa e no curso pré-vestibular.
Ela revelou que a leitura do escritor e jornalista brasileiro Gilberto Dimenstein a ajudou a melhorar seu vocabulário. Millena é moradora do povoado São Vicente e estudou na escola filantrópica Santo Afonso, no Ensino Médio. Nos últimos dois anos fez pré-vestibular no Equação Certa.
Ela disse que não acreditou quando descobriu que era uma das alunas nota 1000 na redação.
"Chorei, gritei! Uma felicidade enorme que não consigo descrever. Era um sonho, mas foi uma surpresa. Não esperava fechar a prova. Me assustei, pra ser bem sincera. O texto da redação era bem extenso, mas um tema bastante necessário. A mulher hoje é mal remunerada", disse a estudante.
Ela contou que fez a prova fez em 1 hora e 15 minutos. "Usei duas linhas: a de que a mulher é mal remunerada para um trabalho exaustivo e falta de política públicas para dar visibilidade a esse trabalho", disse a estudante.
Millena obteve 742,38 na nota geral do Enem e quer cursar medicina em uma universidade do Rio de Janeiro.
A estudante tinha uma loja virtual para ajudar nas despesas, mas teve que parar para o Enem. Acompanhada da mãe, ela contou ainda que praticava muito texto dissertativo e argumentativo e passou a ler clássicos. Entre os autores, Millena citou Manuel Bandeira e a obra “Vou-me embora pra Pasárgada”.
“Então desenvolvi a habilidade de ler e escrever alguns textos, justamente para ter um repertório para os mais variados temas”.
Para ter uma boa nota da redação, ela passou a desenvolver uma rotina puxada. “Eu saia de casa 5h da manhã para o pré-vestibular. Ao meio dia termina as aulas e ia de para casa de ônibus e chegava por volta das 14h. Ás 3h, 4h voltava a estudar e ficava até 9h da noite”.
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Fonte: Por Yala Sena / Cidade Verde
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