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A Justiça do Piauí decretou a prisão preventiva de Francisco Borges, conhecido como Capivara, apontado pela polícia como autor do crime brutal cometido no último sábado (15), na zona Sudeste de Teresina. Ele teria dissecado e enterrado um homem no quintal da sua casa.

Francisco foi preso em flagrante e confessou o crime. Na decisão da conversão da prisão em flagrante para preventiva, a juíza Cassia Lage de Macedo, da Vara Núcleo de Plantão de Teresina, analisou os indícios de materialidade e autoria do crime além do risco trazido pela liberdade do investigado.

“Primeiramente, o modus operandi do crime extrapola a mera descrição dos elementos próprios do tipo de homicídio, evidenciando a extrema brutalidade da conduta perpetrada pelo autuado. Conforme Termo de Qualificação e Interrogatório, ele não apenas ceifou a vida da vítima com o uso de uma faca, mas também retirou seus órgãos abdominais e ocultou o corpo ao enterrá-lo no quintal de sua residência, atos que demonstram elevado grau de frieza e perversidade. Além disso, ao declarar que agiu por vingança, o autuado revela premeditação e um elevado grau de periculosidade, elementos que reforçam a gravidade concreta do delito. A crueldade dos meios empregados e a intenção de retaliar a vítima evidenciaram um comportamento incompatível com a convivência social, justificando a adoção das medidas mais graves para a garantia da ordem pública”, afirma em decisão.

Francisco foi autuado pela suposta prática do crime de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Agora a polícia tem o prazo de 30 dias para concluir o inquérito do caso. É aguardado ainda os laudos cadavéricos que devem apontar se a vítima ainda estava viva quando foi dissecada.

Esse ponto pode agravar o indiciamento de Francisco sendo colocado como qualificadora do homicídio por meio cruel.

O crime brutal

A Polícia Militar do Piauí foi acionada no dia 15 de fevereiro sobre um encontro de cadáver na Vila Mandacaru, zona Sudeste de Teresina. Segundo a PM, no interior da residência foram observadas manchas de sangue e vestígios suspeitos. Francisco Borges estava no local e ao ser questionado sobre a origem desses vestígios, afirmou ter abatido uma capivara para consumo.

Após escavações no quintal, a equipe do Departamento de Homicídio de Proteção à Pessoa (DHPP) localizou um corpo apresentando cortes múltiplos. Diante da descoberta, Francisco de Assis tentou fugir, mas foi contido pelos policiais. Ao ser novamente questionado, afirmou ter realizado o homicídio em razão de uma suposta vingança contra a vítima, identificada apenas como “Lorão”.

No local, a equipe pericial recolheu duas facas possivelmente relacionadas ao crime. Diante da situação de flagrância, Francisco de Assis da Silva Borges foi encaminhado à Central de Flagrantes para os procedimentos cabíveis.

O delegado Baretta, coordenador do DHPP, a suspeita é que ele teria prendido a vítima com as mãos e braços para trás, dissecado as vísceras, e em seguida matado e enterrado no quintal.

“A história dele não se completa porque o cadáver foi encontrado com as mãos e pés amarrados. Significa que a pessoa foi dissecada ainda viva. Mas só o legista vai dizer se os cortes foram feitos quando ela ainda estava viva. Isso é importante inclusive na qualificadora do crime”, explica o delegado.