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Filha é presa por matar a própria mãe no interior do Piauí

Este é o primeiro caso de feminicídio de filha contra mãe no Piauí. Crime ocorreu no ano passado, mas só agora saiu o laudo comprovando as agressões físicas.

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A delegada Daniela Dinali, titular da Delegacia de Cocal, pediu, na manhã de hoje (13) a prisão preventiva de Maria de Fátima Carvalho Miranda, acusada de ter matado a própria mãe em dezembro do ano passado naquele município. Fátima já havia sido presa em 2015, mas acabou sendo liberada por falta de provas. Os laudos dos exames pedidos na época vieram ficar prontos no final de junho e só agora a polícia pode pedir sua prisão preventiva. Os exames, segundo a delegada, comprovam que foi a filha quem matou a mãe com agressões físicas brutais.

Na época da morte de Francisca, a polícia chegou a interromper o velório da idosa, após receber denúncias de que sua morte não teria sido natural, mas sim um feminicídio. Testemunhas apareceram informando que a filha maltratava a mãe, e que desconfiavam da morte repentina dela. Na ocasião, o investigador Walter Brune mandou que parassem o velório de Francisca e a polícia recolheu o corpo para exames cadavéricos no IML de Parnaíba.

“A mãe apresentava vários hematomas na testa, nos olhos e no colo. A filha, Maria de Fátima, foi presa no momento, suspeita do crime, mas teve que ser liberada porque ainda não haviam provas concretas de que ela tivesse sido a autora das agressões”, explica a delegada. Foram feitos dois exames no IML de Parnaíba e um em Teresina. O laudo complementar mostrou que a vítima tinha sido brutalmente agredida até a morte.

Ao longo do processo, 12 testemunhas foram ouvidas, entre parentes e vizinhos de Francisca. Em todos os depoimentos a delegada conta que havia relatos de fortes agressões da filha para com a mãe. Ao ouvir Maria de Fátima, a delegada disse que se surpreendeu com a frieza com que a acusada falava.

“Ela se referia à mãe com temos baixos e disse querer mesmo que ela morresse, porque sua presença a incomodava. As agressões aconteciam principalmente na madrugada, quando a senhora chegava a gritar de dor. Os vizinhos disseram que ouviam, mas que não denunciavam por medo. E a filha era, tecnicamente, a cuidadora da mãe”, diz a delegada Daniela.

Maria de Fátima chegou a ameaçar uma das testemunhas, que esteve com ela quando prestou depoimento na delegacia. As agressões, segundo a polícia, aconteciam de todas as formas. Com socos, pontapés, inclusive com a cadeira de rodas que Francisca usava. “A filha empurrava a mãe no chão e lhe dava tapas, batia nela com a cadeira de rodas. Aquela senhora viveu momentos horríveis em seus últimos dias”, finaliza Daniela.

Maria de Fátima encontra-se presa na Delegacia de Cocal, enquanto aguarda uma vaga na Penitenciária Mista de Parnaíba. Sua transferência deve ocorrer até o final da tarde.

P U B L I C I D A D E

 

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