Principal responsável pela comida que chega às mesas das famílias piauienses, a agricultura familiar está com uma perda de até 90%, uma das maiores dos últimos anos. A informação foi confirmada na tarde desta terça-feira (21) pelo secretário de Políticas Agrícolas da Fetag (Federação dos Trabalhadores da Agricultura), Paulo Carvalho.
Segundo ele, há risco de desabastecimento, principalmente nos mercados municipais. A cadeia produtiva de maior prejuízo é o milho. A perda se deve a forte estiagem.
“O milho é um das principais culturas no Piauí que foi mais prejudicada. E a preocupação é com os animais, pois o milho é ração e sua perda é de quase 100% em alguns municípios”, disse Paulo Carvalho.
Segundo o secretário da Fetag, os dados são de técnicos do Emater para o programa garantia Safra.
“Muitos agricultores estão se desfazendo dos animais, devido a falta de pastagens e alimentos”, disse.
O governador Wellington Dias (PT) decretou situação de emergência em 81 municípios, devido a perda agrícola.
De acordo com a Fetag os municípios em situação mais crítica são Caridade, Curral Novo, polo de Paulistana, Pio IX, Fronteiras, São Julião, Curimatá e Júlio Borges.
“O impacto será muito negativo, provocando desabastecimento nos próximos anos e aumento dos produtos. Um exemplo é o milho que ano passado era de R$ 18,00 e está sendo vendido a R$ 58,00 a R$ 60,00. O Feijão em Picos, a saca é vendida a R$ 200,00 a R$ 250,00 e se fosse período normal a saca seria de R$ 80,00 a R$ 90,00”, alertou Paulo Carvalho.
Segundo dados do governo federal, a agricultura familiar responde por cerca de 70% dos alimentos consumidos em todo o País. O pequeno agricultor ocupa hoje papel decisivo na cadeia produtiva que abastece o mercado brasileiro: mandioca (87%), feijão (70%), carne suína (59%), leite (58%), carne de aves (50%) e milho (46%) são alguns grupos de alimentos com forte presença da agricultura familiar na produção.
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