Um adolescente esfaqueou quatro professores e dois alunos em uma escola estadual na cidade de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (27), segundo a Polícia Militar.
Uma professora morreu. De acordo com o governo do estado, a vítima é a professora de ciência Elizabeth Terrero, 71.
O ataque aconteceu na escola estadual Thomazia Montoro, na rua Adolfo Melo Júnior, na Vila Sônia, zona oeste da capital. O suspeito tem 13 anos e é aluno do 8º ano do ensino fundamental.
Ele foi apreendido pela polícia. Alunos e pais estão na frente da escola, muitos chorando.
Em entrevista aos jornalistas, o secretário de Educação, Renato Feder, e o secretário de Segurança Pública, capitão Guilherme Derrite, disseram que as outras três professoras feridas encontram-se em estado estável. Um dos alunos também está estável, e o outro em estado de choque.
Derrite contou que uma das professoras realizou um ato heroico.
"Ela mobilizou o agressor, fez com que a arma branca fosse retirada dele. Se não fosse essa ação, a tragédia teria sido maior", disse o secretário, que lamentou o episódio. "Nosso foco é dar assistências às vítimas e famílias que passaram por isso. Uma linha de investigação vai ser realizada para entendermos quais os motivos que levaram esse aluno a fazer esse atentado", acrescentou Derrite.
Feder também falou sobre a professora que ajudou a conter o agressor.
"Conseguimos uma heroína hoje, a professora Cíntia. Não tivemos nenhuma criança com ferimentos graves. Toda a escola está muito triste, difícil saber o que aconteceu e as motivações", disse.
Ainda segundo Feder, a escola era atendida por uma ronda escolar, que agiu rapidamente e apreendeu o aluno. O agressor foi transferido para a escola no dia 15 de março.
"Nesse período de permanência, a diretora não recebeu nenhum aviso e nem [teve] ciência de nada que chamasse atenção. A escola foi pega desprevenida. A polícia vem fazendo bom trabalho próxima a escola", disse Feder.
O secretário disse que as aulas estão suspensas nesta terça. O governo vai decretar três dias de luto no estado pela morte da professora Elizabeth Terrero.
"Vamos conversar com os professores para ver, talvez, alguma reabertura gradual", disse.
Um aluno da escola disse à reportagem que testemunhou na semana passada uma briga entre o suspeito e outro estudante, que tiveram que ser separados por um professor. Ele disse também que saiu correndo da escola quando viu o ataque e acabou torcendo o pé.
Segundo relato desse aluno, o adolescente agressor chegou normalmente para a aula nesta segunda, colocou uma máscara com estampa de caveira e esfaqueou uma professora pelas costas.
A mãe dele disse que episódios de violência são comuns na escola.
O Corpo de Bombeiros está no local prestando atendimento às vítimas. O helicóptero Águia da PM está de prontidão no local caso seja necessário. Ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) também atendem a ocorrência.
As vítimas foram socorridas e levadas para hospitais da região.
Ainda de acordo com a PM, as informações sobre a ocorrência ainda estão sendo apuradas.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), lamentou o episódio em suas redes sociais.
"Não tenho palavras para expressar a minha tristeza com a notícia do ataque a alunos e professores da escola estadual Thomazia Montoro. O adolescente de 13 anos já foi apreendido, e nossos esforços estão concentrados em socorrer os feridos e acolher os familiares", escreveu.
OUTROS CASOS
Outros casos de violência dentro do ambiente escolar marcaram o país nos últimos anos.
Em 13 de março de 2019, dois ex-alunos invadiram a escola Raul Brasil, em Suzano, e dispararam em direção a um grupo de alunos e da coordenadora pedagógica Marilena Ferreira Umezu, uma das vítimas.
Policiais chegaram à escola quando os dois atiradores ainda faziam os disparos na direção dos estudantes, que deixavam o prédio desesperados.
Em setembro de 2019, um estudante de 14 anos esfaqueou um professor nas dependências do CEU (Centro Educacional Unificado) Aricanduva, na zona leste. O ataque causou pânico e correria entre alunos e professores.
Fonte: Folhapress (Isabela Palhares, Isabella Menon e Francisco Lima Neto)
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