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Mãe de estudante morto tinha pedido ao filho para não ir à aula

João Pedro Calembo, de 13 anos, e um colega foram mortos no Colégio Goyases. Outros quatro colegas ficaram feridos e estão internados.

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 A mãe do estudante João Pedro Calembo, de 13 anos, morto a tiros dentro da escola em Goiânia, tinha pedido ao filho que não fosse à aula no dia da tragédia, segundo informações de uma tia do adolescente. Porém, o sobrinho disse que precisava ir ao Colégio Goyases na sexta-feira (20) para entregar um trabalho. Além do menino, outro colega morreu e quatro ficaram feridos.

Mãe e pai (à direita) de João Vitor choram ao enterrar o corpo do filho (Foto: Danila Bernardes/ TV Anhanguera)

“Não vai à escola hoje não, parece que mãe tem um pressentimento das coisas. Ele falou: ‘Olha mãe, eu tenho que ir porque tenho que apresentar um trabalho, já está pronto’. E foi e deu no que deu’”, contou Regina Batista.

A declaração da tia foi dada à TV Anhanguera durante o velório do menino, neste sábado (21), no Cemitério Parque Memorial. O corpo do estudante foi enterrado às 10h45 com a presença de centenas de amigos e parentes.

Também durante o sepultamento, pai de João Pedro, o publicitário Leonardo Marcatti Calembo, disse que perdoa, e espera que a sociedade também perdoe o adolescente que tirou a vida do filho dele e do colega de sala, João Vitor Gomes, também de 13 anos. Durante o velório, o publicitário Leonardo Marcatti Calembo pediu que todos os pais "cuidem de seus filhos".

"Meu filho era uma criança muito doce, muito especial. Nossa família é cristã, e ele sempre foi educado e pautado no respeito ao próximo. Os preceitos familiares estão perdidos na nossa sociedade, a gente tem que reforçar esses valores, e meu filho tinha tudo muito claro. Tudo isso poderia ser evitado", desabafou.

"Falo como pai do João Pedro, de uma criança que perdeu a vida. Eu espero que toda a sociedade e os pais dele e os outros pais o perdoem. Temos que perdoá-lo", disse, emocionado.

João Pedro Calembo morre em ataque em escola de Goiânia (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)

Tiros

Conforme a Polícia Civil, o adolescente de 14 anos atirou contra os colegas no fim da manhã de sexta-feira dentro da sala do 8º ano do Colégio Goyases, no Conjunto Riviera. Os disparos aconteceram no intervalo entre duas aulas.

Segundo o delegado Luiz Gonzaga Júnior, responsável pelo caso, o autor dos disparos disse que sofria bullying de um colega e, inspirado em massacres como o de Columbine, nos Estados Unidos, e de Realengo, no Rio de Janeiro, decidiu cometer o crime. Filho de policiais militares, ele pegou a pistola .40 da mãe e levou para a unidade educacional.

“Ele ia matar todo mundo. Levou dois carregadores para a escola. Descarregou o primeiro, carregou o segundo, deu um tiro, mas foi abordado pela coordenadora. Ela o convenceu a travar a arma”, disse ao G1.

Funcionários da escola levaram o autor dos disparos para a biblioteca para aguardar a chegada dos policiais. Ele foi apreendido e levado para a Depai, onde contou que atirou primeiro contra João Pedro porque ele fazia bullying com o suspeito.

Escola

O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sepe) de Goiânia junto ao Conselho Estadual informou à TV Anhanguera, por meio de nota, na sexta-feira, que estão dando todo apoio à escola e aos parentes dos alunos da instituição.

Ainda conforme os órgãos, representantes foram até o colégio, conversaram com professores e direção e apuraram que o estudante autor dos disparos não apresentava comportamento suspeito. O texto destaca que as aulas no Colégio Goyases estão suspensas sem previsão de retorno.

Enterro

Sob forte comoção e com a presença de centenas de amigos e familiares, os corpos dos estudantes João Pedro Calembo e João Vitor Gomes, mortos por um colega na escola, foram enterrados neste sábado (21) em cemitérios de Goiânia. Ambos tinham 13 anos. Além deles, quatro colegas ficaram feridos no Colégio Goyases.

O primeiro a ser enterrado foi João Pedro. O sepultamento ocorreu às 10h45 no cemitério Parque Memorial. Durante a cerimônia, a família fez orações e, por volta 9h, celebrou um culto em homenagem ao adolescente.

O que se sabe até agora:

Veja a sequência dos fatos:

- Colegas relatam que ouviram um barulho

- Em seguida, os alunos viram o adolescente tirando a arma da mochila e atirando

- Alunos correram para fora da sala de aula

- O aluno descarregou um cartucho, carregou o segundo e deu um tiro, mas foi convencido pela coordenadora a travar a arma

- Estudante foi levado para a biblioteca até a chegada dos policiais

P U B L I C I D A D E 

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G1

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