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Antes de prisão no Piauí, falsa médica tentou atuar em SP

A jovem levantou suspeitas pela apresentação de documentos falsos e pela incompatibilidade entre sua idade e o nível de formação informado

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Uma mulher presa no final de outubro pela Polícia Federal por tentar obter registro profissional de medicina no Piauí tentou se passar por médica oncologista em Franca (SP), confirma o delegado do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) no município, Ulisses Minicucci.

Antes de ser detida em Teresina, a jovem de 21 anos, também investigada pela Polícia Civil no interior de São Paulo por falsidade ideológica, levantou suspeitas pela apresentação de documentos falsos e pela incompatibilidade entre sua idade e o nível de formação informado: com graduação completa e residência médica concluída.

Ainda que tivesse começado a estudar aos 17 anos, ela só poderia ter concluído o curso superior em medicina, com duração de seis anos, aos 22 anos. "É humanamente impossível uma pessoa formar-se médica com 21 anos. E ainda ela dizia que tinha residência. Quer dizer: mais difícil ainda", afirma o delegado do conselho.

De acordo com o representante do Cremesp, a suspeita tentou uma vaga no Hospital Regional, mas não chegou a prestar atendimentos em nenhuma unidade.

A jovem foi detida pela Polícia Federal em Teresina (PI) em 26 de outubro depois de apresentar ao conselho um diploma de um centro universitário de São Paulo que informava que ela tinha se formado em 25 de setembro deste ano, um domingo. Além disso, chamou atenção o fato de constar uma data futura - 23 de março de 2017 - na emissão do documento.

Além da recusa da instituição educacional sobre qualquer vínculo com a mulher, a suspeita foi flagrada com um número de CRM falso. Ela segue detida na capital do Piauí.

Falsa médica

Minicucci relata que, da mesma forma que fez no Piauí, dois dias antes de ser presa a mulher tentou solicitar registro em Franca com a intenção de trabalhar no Hospital Regional, mas não convenceu as autoridades por ser muito jovem e pelos papeis que apresentou. "Era uma documentação muito mal feita", afirma.

Com base nessa suspeita, o Cremesp comunicou o conselho em São Paulo, que repassou as informações ao Conselho Federal de Medicina (CFM), responsável por alertar todas as unidades regionais do país, explica o delegado.

"Toda aquela papelada dela, toda aquela documentação, e verificou-se que nada tinha valor", diz.

Não é a primeira vez que o conselho regional em Franca trata da questão. O uso de registro ilegal de profissionais foi constatado entre julho e outubro de 2014 no Pronto-socorro "Doutor Álvaro Azzuz" e foi alvo de uma comissão especial de inquérito (CEI) na Câmara.

No começo de outubro, um dos suspeitos de ter atuado na cidade foi detido pela segunda vez por tentar exercer a profissão ilegalmente em um hospital particular de Pirituba, zona oeste de São Paulo.

P U B L I C I D A D E

G1

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