Com a chegada do Carnaval, a Covid-19 e a dengue seguem como motivos de alerta para as autoridades de saúde no Piauí. De acordo com a coordenadora de Epidemiologia da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), Amélia Costa, há subnotificação de casos de coronavírus, além do aumento do risco de proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue.
"Estamos vivendo a Covid-19, está aumentando o número de casos, embora não tenha chegado a 500 casos, sabemos que há uma subnotificação. Também estamos em alerta para as arboviroses, pois estamos no período de sazonalidade. Com o Carnaval, as pessoas descartam garrafas e copos, contribuindo para o acúmulo de lixo, o que pode favorecer a permanência do mosquito transmissor da dengue", explicou a coordenadora.
A coordenadora destacou a circulação de uma nova cepa da Covid-19 em alguns estados do país, cujos sintomas são semelhantes aos de um resfriado comum. Isso tem levado muitas pessoas a não realizarem o teste e a optarem pela automedicação, aumentando o risco de transmissão.
"Já há uma nova cepa circulando no Brasil, especialmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Ela apresenta sintomas leves, como febre baixa, dor de cabeça e obstrução nasal, o que faz com que muitos se automediquem e não procurem atendimento médico. Geralmente, essas pessoas só buscam ajuda quando desenvolvem complicações, como infecção de garganta", explicou.
Amélia Costa ressaltou que testes de Covid-19 foram distribuídos para todos os municípios do Piauí e reforçou a importância da testagem e notificação dos casos, além da atualização da carteira vacinal.
"Distribuímos testes para os 224 municípios do estado. Os profissionais de saúde precisam estar atentos a essas doenças sazonais, pois a Covid-19 nunca deixou de existir. Estamos orientando para que todos tenham acesso aos testes e façam as notificações, pois é com base nesses dados que as políticas de saúde são formuladas. Assim, podemos identificar locais de maior risco, grupos mais afetados e intervir de forma eficaz", destacou.
Medidas para o Carnaval
A Sesapi informou que realizou nas últimas semanas reuniões com os municípios para avaliar as necessidades e planejar ações durante o Carnaval.
"Solicitamos que os municípios nos enviassem suas demandas e informações sobre a organização do Carnaval. Com base nesses dados, estamos enviando equipes para dar suporte às cidades, oferecendo testes de sífilis, HIV, hepatite, Covid-19 e até glicemia em alguns locais", afirmou Amélia Costa.
Combate à dengue
Além das ações contra a Covid-19, Amélia Costa destacou a importância do trabalho preventivo contra a dengue, outra preocupação durante o período festivo.
"Fizemos reuniões com todos os agentes de endemias dos municípios e alertamos para a importância da limpeza nos locais de festas carnavalescas, evitando a formação de criadouros do Aedes aegypti. Já nos preparamos e capacitamos as equipes para atuar de forma eficiente", finalizou.
Cuidado com os criadouros do mosquito!
Dentro de casa ou em locais públicos, é preciso ter cuidado com locais que acumulam água parada, que podem estar servindo de criadouro para os mosquitos. Esgotos com água parada, matos nas calçadas próximos de casa e lixos acumulados são grandes vilões no combate à doença.
Os ovos do mosquito Aedes aegypti são extremamente resistentes e podem sobreviver por até 300 a 400 dias em um recipiente, mesmo sem entrar em contato com a água.
Atente-se aos vasos de plantas:
Coloque areia até a borda dos pratinhos para evitar o acúmulo de água. Alternativamente, lave-os uma vez por semana com sabão e escova.
Livre-se de objetos que acumulam água:
Dê o destino correto para latas, garrafas, potes, pneus e qualquer outro tipo de objeto que possa servir como criadouro, optando pela reciclagem sempre que possível.
Armazene garrafas corretamente:
Se você deseja guardar garrafas e outros objetos que podem acumular água, armazene-os tampados ou com a boca para baixo.
Evite a contaminação de calhas e caixas d’água:
Mantenha as calhas desobstruídas e livres de folhas e galhos, enquanto a caixa d’água deve estar sempre bem tampada.
Higienize recipientes que armazenam água:
Tanques, barris e tonéis utilizados para armazenar água da chuva, por exemplo, devem ficar tampados e ser higienizados semanalmente com escova e sabão. Piscinas devem ser tratadas com cloro.
Tenha cuidado com o lixo:
Amarre bem as sacolas e deposite-as em lixeiras fora do alcance de animais. Não jogue lixo em terrenos baldios.
Utilize proteção individual:
Além das medidas coletivas, como o uso de repelentes, inseticidas, instalação de mosquiteiros e telas em portas e janelas, prefira roupas de mangas compridas.
Atenção aos sintomas da doença
A infecção por dengue pode ser assintomática ou apresentar um quadro leve em alguns casos. É importante estar atento aos sinais, pois a doença pode evoluir rapidamente.
Os principais sintomas da dengue incluem febre, dor no corpo e nas articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça, manchas vermelhas no corpo, dor abdominal intensa, vômitos, letargia ou irritabilidade.
Caso algum sintoma da doença seja identificado, é recomendável procurar uma unidade de saúde para realizar os procedimentos necessários. O médico irá avaliar os sinais a partir de uma consulta com o paciente e seguirá o protocolo oficial, que pode incluir exames laboratoriais.
Para casos leves, repouso durante a febre, hidratação (ingestão de líquidos), administração de paracetamol ou dipirona para dor ou febre são recomendados, mas evite o uso de ácido acetilsalicílico. Na maioria dos casos, há recuperação espontânea após cerca de 10 dias.
É crucial retornar imediatamente ao serviço de saúde ao apresentar sinais de alarme, como dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas. Nestes casos, a internação pode ser necessária para um manejo clínico adequado.
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Fonte: Rebeca Lima /Cidade Verde
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