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O suspense sobre a eleição papal “Conclave” e o drama de época “O Brutalista” foram os grandes vencedores do BAFTA Film Awards neste domingo (16), levando quatro prêmios cada.

“Conclave”, que liderava as indicações com 12 nomeações, conquistou o prêmio mais cobiçado da noite, o de Melhor Filme, além de Melhor Filme Britânico, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Edição.

“Vivemos em uma época de crise da democracia, e as instituições que normalmente nos unem estão sendo usadas para nos dividir”, disse o diretor do longa, Edward Berger, ao aceitar o prêmio de Melhor Filme Britânico. “Às vezes, é difícil manter a fé nesse cenário, mas é por isso que fazemos filmes, e foi por isso que fizemos este filme.”

Já “O Brutalista”, um drama de três horas e meia sobre um arquiteto húngaro imigrante tentando reconstruir sua vida nos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial, também era considerado um forte candidato à principal categoria. A produção levou os prêmios de Melhor Diretor para Brady Corbet e Melhor Ator para Adrien Brody. “Este filme fala sobre a busca por deixar algo significativo para o mundo, e acho que todos podemos nos identificar com isso”, disse Brody em seu discurso de agradecimento.

Além disso, o filme também venceu nas categorias de Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Fotografia.

Mikey Madison surpreende e leva Melhor Atriz no BAFTA

Uma das grandes surpresas da noite foi a vitória de Mikey Madison na categoria de Melhor Atriz, por sua interpretação de uma stripper que se envolve com o filho de um oligarca russo em “Anora”. “Eu realmente não esperava por isso”, disse Madison.

Muitos apostavam que o prêmio iria para Demi Moore, amplamente elogiada por sua atuação em “A Substância”, ou para a britânica Marianne Jean-Baptiste, por sua performance aclamada como uma mulher lidando com a depressão em “Hard Truths”.

“Anora”, que se consolidou como um forte concorrente na temporada de premiações após as vitórias no Critics Choice Awards e nos prêmios dos sindicatos de produtores e diretores dos EUA, também estava indicado a Melhor Filme, assim como a cinebiografia de Bob Dylan, “Um Completo Desconhecido”.

“Ainda Estou Aqui” não leva Melhor Filme Estrangeiro

Outro indicado a Melhor Filme, Emilia Pérez, que mistura os gêneros musical e crime, levou o BAFTA de Melhor Filme em Língua Não-Inglesa. O brasileiro “Ainda Estou Aqui” era indicado na categoria.

Ao receber o prêmio, o diretor agradeceu ao elenco, incluindo Karla Sofia Gascón, que estava ausente e havia sido indicada a Melhor Atriz.

Zoe Saldaña venceu como Melhor Atriz Coadjuvante por seu papel no longa, como uma advogada que ajuda um líder de cartel mexicano, interpretado por Gascón, a forjar sua morte e passar pela transição de gênero.

Emilia Pérez era um dos favoritos no início da temporada de premiações, mas sua campanha perdeu força após polêmicas envolvendo Gascón. A atriz pediu desculpas por postagens antigas nas redes sociais consideradas ofensivas a muçulmanos e outros grupos e anunciou que ficaria em silêncio para evitar prejudicar o filme na corrida pelo Oscar.

Já na categoria de Melhor Ator Coadjuvante, Kieran Culkin foi o vencedor por seu papel em “A Verdadeira Dor”. O longa também levou o BAFTA de Melhor Roteiro Original, assinado pelo roteirista e diretor Jesse Eisenberg.