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A cidade de São Paulo enfrentou um verdadeiro caos nesta sexta-feira (24) devido a um temporal intenso. De acordo com a Defesa Civil, choveu, em apenas três horas, o equivalente ao volume esperado para todo o mês de janeiro. As consequências foram drásticas: ruas alagadas, trânsito recorde, interrupções no transporte público e mais de 150 mil lares sem energia elétrica.

Por volta das 15h30, o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas da prefeitura decretou estado de atenção para alagamentos e quedas de árvores. Milhares de paulistanos, pela primeira vez, tiveram alertas enviados aos celulares, ao mesmo tempo, causando sustos. A mensagem de “alerta severo” dizia: “Defesa Civil: Chuva forte se espalhando pela capital com rajadas de vendo e risco de alagamento. Mantenha-se em local seguro”.

Nas zonas oeste, norte, leste e no centro da cidade, a chuva forte transformou o dia em noite. Só na Marginal Tietê, vias ficaram submersas e o tráfego, comprometido.

Cenas de pessoas caminhando com água até os joelhos e carros submersos tomaram conta da cidade. A Avenida Sumaré, na zona oeste, ficou irreconhecível, assim como os arredores do Allianz Parque, onde veículos foram praticamente engolidos pelas águas. Até o piscinão inaugurado em 2016 não conseguiu conter o alagamento no acesso ao shopping da região.

No trânsito, o cenário foi crítico. Às 20h, a capital paulista registrou 630 quilômetros de congestionamento. Segundo a prefeitura, o pico chegou a 1.062 quilômetros, um dos maiores índices da história. Em algumas áreas, semáforos parados e alagamentos tornaram impossível o avanço dos veículos.

Prejuízos e riscos

O transporte público também foi impactado. Estações de metrô ficaram inundadas e a circulação de trens da CPTM foi suspensa em alguns trechos. Na Estação Jardim São Paulo, uma correnteza tomou conta das plataformas, enquanto nas estações Santana e Carandiru o cenário também era de inundação.

Ainda na zona norte, o Aeroporto Campo de Marte teve suas pistas alagadas, e no Shopping Center Norte, parte do teto cedeu, provocando pânico entre os clientes. Ninguém se feriu.

A Defesa Civil registrou 219 ocorrências de alagamentos, 25 quedas de árvores, 12 desabamentos e um deslizamento. No Jardim Miriam, uma árvore tombou em meio à força da chuva. A distribuidora Enel informou que 156 mil residências ficaram sem energia, sendo 103 mil apenas na capital.

Impacto nos animais

A tempestade não poupou nem mesmo os animais. O helicóptero do SBT flagrou cavalos tentando escapar das enchentes e uma família de capivaras à beira do Rio Tietê observando a água subir rapidamente.

A previsão para este sábado (25), aniversário da maior cidade do país, é de mais chuva, aumentando o risco de novos alagamentos e transtornos em São Paulo.