Visando alertar e sensibilizar gestores da saúde dos municípios da região, principalmente Assunção do Piauí e São Miguel do Tapuio, o jornalismo do Tapuio Notícias sugere a essas autoridades para que, as mesmas, iniciem, de forma urgente e prioritária, um planejamento de ações de combate, controle e monitoramento das arboviroses – dengue, zika e chikungunya – durante esse período crítico.
Dados - o estado do Piauí registrou, em 2024, o maior número de mortes por dengue da última década. De acordo com o Painel de Arboviroses da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), foram 21 óbitos e mais de 11 mil casos confirmados da doença. Além disso, há 15.188 casos prováveis e três mortes ainda em investigação.
As autoridades de saúde devem ficar em alerta, pois, com a chegada do verão, os casos de dengue tendem a aumentar. O acúmulo de água em diversos locais favorece a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. O calor intenso nesse período contribui ainda mais para o aumento dos focos do mosquito, acelerando a eclosão dos ovos e a criação de novos mosquitos.
Podemos citar como sugestão aos nobres gestores das respectivas cidades – Assunção do Piauí e São Miguel do Tapuio, a princípio, um reforço conjunto da gestão municipal, como ações de limpeza e mutirões para remoção e eliminação de criadouros, ações educativas para a população e capacitações para as equipes de atendimento.
Alerta também, que os municípios possam se preparar melhor com suas equipes, em caso de possível disseminação da dengue, ou seja, que haja uma preparação antecipada para o controle e outras ações. Adotar medidas efetivas preparatórias para a proteção contra surtos da doença.
Senhores gestores de saúde, é importante ressaltar que, o papel do município é de suma importância no controle do vetor, como também repassa essa informação de forma publicitária à população, para a manutenção da higiene dos locais e evitar a água parada. Por isso, é fundamental e essencial a participação consciente e diária de toda a população.
Um plano de atuação no controle e combate à dengue deve ser elaborado e colocado em prática, isso, com urgência.
Veja abaixo dicas essenciais
A dengue faz parte de um grupo de doenças denominadas arboviroses, que se caracterizam por serem causadas por vírus transmitidos por vetores artrópodes. No Brasil, o vetor da dengue é a fêmea do mosquito Aedes aegypti (significa "odioso do Egito"). Os vírus dengue (DENV) estão classificados cientificamente na família Flaviviridae e no gênero Flavivirus. Até o momento são conhecidos quatro sorotipos – DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 –, que apresentam distintos materiais genéticos (genótipos) e linhagens.
Responsabilidades do Município:
Na área de Sensibilização e Mobilização
• Articular com setores como educação, saneamento, ONGs, associações de moradores, etc, ações de prevenção da dengue.
• Realizar mutirões de limpeza (domiciliar e pública).
• Informar a população sobre as ações de prevenção da dengue por meio de reuniões, palestras e visitas domiciliares com distribuição de material educativo.
• Divulgar a situação da dengue nos meios de comunicação local, informando sobre sinais e sintomas de complicação.
• Orientar a população para buscar as Unidades de Saúde quando tiver sintomas de dengue.
• Esclarecer a população sobre medidas de autocuidado, especialmente a hidratação oral.
• Alertar a população sobre os perigos da automedicação, recomendando a buscar as unidades de saúde quando tiver sintomas de dengue.
• Alertar a população sobre a necessidade de remoção e eliminação de criadouros de mosquitos e vedação de depósitos d’água.
Na Área de Vigilância Epidemiológica
• Notificar e investigar oportunamente os casos suspeitos de dengue;
• Informar através de Planilha Simplificada e notificar no SINAN os casos suspeitos de dengue, com envio semanal do banco de dados;
• Fazer busca ativa de casos suspeitos;
• Notificar e investigar de forma imediata os casos graves e óbitos suspeitos de dengue (no SINAN e/ou SIM);
• Informar imediatamente dados dos casos notificados à equipe de controle vetorial;
• Coletar e enviar em período oportuno material para exame laboratorial dos casos suspeitos de dengue conforme protocolo do MS. Em período não epidêmico: todos os casos suspeitos. Em período epidêmico: 10% dos casos clássicos e 100% dos casos graves;
• Encerrar oportunamente a investigação dos casos notificados (até 60 dias após a data da notificação);
• Analisar semanalmente os dados, acompanhando a tendência dos casos e perfil da doença;
• Avaliar a consistência dos dados dos casos notificados no SINAN, em especial os casos graves;
• Treinar em vigilância epidemiológica da dengue as equipes das unidades de saúde;
• Coletar e enviar para o LACEN, material para exame de colinesterase sanguínea dos servidores de combate à dengue que trabalham com organofosforado (abate e malathion).
Na Área de Controle Vetorial
• Garantir nº adequado de agente de combate a endemia - ACE em atividade de 8 horas diárias, considerando o parâmetro de 1 ACE para 800 a 1000 imóveis;
• Orientar os moradores e acompanhar por meio das equipes de saúde (ACE/ACS) atividades de proteção, remoção, destruição de criadouros. Reforço na atividade de coleta de lixo, com destinação adequada;
• Coletar, armazenar e dar destinação adequada de pneumáticos;
• Vedar de depósitos de armazenamento de água, com utilização de capas e tampas;
• Aplicar inseticidas, como último recurso, fornecidos pela SESAPI/MS, para o controle do vetor, nas fases larvária e adulta;
• Dotar os servidores de endemias de EPIs e materiais necessários à execução de suas atividades (fardamento, boletins, materiais de trabalho,etc);
• Garantir a execução dos ciclos de atividades (pesquisa larvária, tratamento e pontos estratégicos) de controle conforme situação entomológica do município;
• Alimentar e avaliar os dados do Sistema de Informação da Dengue com envio mensal;
• Manter o Reconhecimento Geográfico atualizado com envio dos dados;
• Otimizar e intensificar as ações de controle, alterando se necessário, as ações de rotina;
• Realizar atividades de bloqueio de caso, utilizando UBV portátil, nas situações de baixa transmissão e complementando a UBV pesada nas situações epidêmicas;
• Informar mensalmente à Regional de Saúde, o consumo e saldo dos inseticidas.
DENGUE
A dengue é transmitida por meio da picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectada. O ciclo de transmissão ocorre da seguinte forma: a fêmea do mosquito deposita seus ovos em recipientes com água. Ao saírem dos ovos, as larvas vivem na água por cerca de uma semana. Após este período, transformam-se em mosquitos adultos, prontos para picar as pessoas. Essa infecção ocorre quando o vírus da dengue circulante no sangue de uma pessoa é ingeridopela fêmea do mosquito.
O Aedes aegypti procria em velocidade extrema e o mosquito da dengue adulto vive em média 45 dias. Uma vez que o indivíduo é picado, demora no geral de três a 15 dias para a doença se manifestar.
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Da Redação | Jornalista Valter Lima
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