O município de Domingos Mourão, no Norte do Piauí, a 194 km de Teresina, registrou na noite deste domingo (27) um tremor de terra de baixa intensidade, atingindo 2,1 graus na escala Richter. O fenômeno, que consiste em uma leve vibração do solo, foi tão sutil que passou quase despercebido pela maioria dos moradores.
Um tremor de terra, ou sismo, é uma vibração no solo causada pelo movimento das placas tectônicas, que são grandes blocos que formam a superfície da Terra. Quando essas placas se movimentam ou colidem, liberam energia que se propaga em ondas, provocando o tremor. Esses fenômenos podem variar em intensidade: desde leves tremores, quase imperceptíveis, até grandes terremotos que podem causar danos significativos em construções e na paisagem.
Não é a primeira vez que o Piauí registra um fenômeno semelhante. Em maio de 2023, o município de Júlio Borges, no sul do estado, registrou um tremor de características parecidas.
Segundo o climatologista Werton Costa, Diretor de Prevenção da Defesa Civil do Piauí, tremores de terra são mais comuns no Brasil do que se imagina. “Devido à nossa localização dentro da placa sul-americana, estamos em uma área que nos protege de tremores de grande magnitude – aqueles que causam grandes catástrofes. No entanto, ainda assim, ocorrem pequenos tremores, que precisam ser medidos, rastreados e monitorados para análises, principalmente na engenharia”, explica Costa.
No caso do Piauí, existe um fator adicional: o estado está sobre uma bacia sedimentar, um tipo de formação geológica que funciona como uma “esponja” ao absorver as ondas de choque que se formam no interior da Terra e nas falhas tectônicas.
“Isso faz com que nossos tremores locais sejam ainda mais menores, quase sempre de baixa magnitude”, acrescenta.
Para registrar e acompanhar esses fenômenos, uma rede de monitoramento da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) possui unidades espalhadas pelo estado. A principal estação, localizada no município de Pedro II, foi a responsável por registrar o tremor ocorrido às 18h45 em Domingos Mourão.
“Esse monitoramento constante é essencial para entender o comportamento do solo e das falhas geológicas. Em áreas onde esses tremores acontecem com mais frequência, é importante realizar auditorias de segurança antes de construções maiores, como barragens, ou para a exploração de recursos subterrâneos,” afirma o climatologista.
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Emelly Alves/ Portal O Dia
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