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 O início de setembro marca a chegada do B-R-O BRÓ no Piauí, o período mais quente e seco que atinge o estado. Para entendermos as consequências desse fenômeno, o A10+ entrevistou o climatologista Werton Costa nesta segunda-feira (02).

O especialista destacou que trata-se de uma condição paradoxal, pois ao tempo em que nos deparamos com uma incidência solar máxima, o momento reúne as condições para o início do período chuvoso em dezembro.

"Quando o B-R-O Bró, oficialmente, se inicia, você já tem as condições de primavera que na verdade tratam-se de um equinócio de primavera, que é o momento em que a radiação solar incide de forma mais intensa sobre a linha equatorial, distribuindo de maneira igual a energia para o Hemisfério Norte e para o Hemisfério Sul. Isso significa que o sol fica realmente em cima da gente, no popular. Nós temos uma intensidade angular, ou seja, o Sol está reto, está na perpendicular, praticamente 90 graus de incidência da radiação sobre nós. As temperaturas naturalmente sobem, mas ele também é um anúncio, depois das temperaturas, de que as condições favoráveis às chuvas também se iniciam", explicou.

Para este ano, o climatologista e professor antecipou que a previsão é de que as altas temperaturas batam recordes, tendo em vista aos dados anteriores em que os números se consolidaram sempre acima do esperado.

"Por causa da condição de emergência climática, nós temos percebido temperaturas acima da média histórica. Isso nos últimos anos não é uma novidade, é algo que está se tornando muito frequente,  esse ano a tendência realmente é que a gente crave alguns recordes de temperatura, alguns picos de temperatura máxima, alguns picos de baixa umidade, e tudo isso vai ser divulgado através de alertas da Defesa Civil Nacional, e pelo INMET, que emite os alertas padrões", destacou.

Para superar o período seco e quente, são necessários alguns cuidados para a Saúde. Do ponto de vista ambiental, a atenção será para o combate e controle de queimadas.  "A atitude das pessoas é de autocuidado, principalmente em relação à saúde. A gente tem que adotar uma conduta assertiva, de segurança e proteção, porque a gente sabe que essa condição prejudica a performance física e mental das pessoas. Hoje, o nosso maior problema também é a destruição da nossa biomassa, a destruição das nossas matas e florestas, então esse cuidado precisa ser redobrado. Nós temos que nos policiar e trabalhar no sentido de evitar que essa situação se transforme num grave problema de saúde pública e ambiental", concluiu.