Morreu neste domingo (3), no Piauí, o pensador quilombola Antônio Bispo dos Santos. Também conhecido como Nêgo Bispo, ele atuou em movimentos sociais e em organizações de defesa de quilombolas. Pensadores, políticos, artistas e ativistas usaram as redes sociais para expressar seu lamento com a morte do escritor.
Filósofo, poeta, escritor, professor e ativista político, Nego Bispo publicou três livros e dezenas de artigos sobre a história de luta do povo negro e propôs o conceito de contra-colonialismo, uma atitude de reforçar a cultura, práticas, organização social, todas as manifestações coletivas de povos colonizados contra os esforços de imposição dos colonizadores. Para ele, a contra-colonização seria o "antídoto" contra a colonização, que definia como "veneno".
Nego Bispo nasceu em 12 de dezembro de 1959, no vale do Rio Berlengas, região da cidade de Francinópolis, e viveu boa parte de sua vida no Quilombo Saco-Curtume, em São João do Piauí, cidade onde morreu.
Nego Bispo faleceu nesse domingo (3) no Hospital de São João do Piauí, vítima de uma parada cardiorrespiratória. O pensador enfrentava um quadro grave de diabetes, mas controlada. Nas últimas semanas, vinha sofrendo com desmaios. No domingo ele teve mais um episódio de desmaio, e foi levado ao hospital, onde morreu.
Antônio Bispo dos Santos completaria 64 anos no dia 12 de dezembro. Ele deixa a esposa Edileusa, dois filhos biológicos, quatro netos, centenas de filhos, netos e irmãos que ele adotou durante a vida, além de milhares de admiradores e leitores.
A Coordenação Nacional de Articulação dos Quilombos (Conaq) disse que a contribuição dele será lembrada e reverenciada por gerações. Nego Bispo atuou na Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí (CECOQ/PI) e na Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas.
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Fonte: g1 PI
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