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No Piauí, pai abandonou escola por racismo e após 30 anos filha sofre o mesmo crime

É o que mostra o caso da estudante de 16 anos que sofreu ataques racistas em uma escola particular de Teresina.

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 Foto: Yala Sena

O racismo dói na alma, traz sequelas psicológicas, extirpa sonhos e afeta gerações. É o que mostra o caso da estudante de 16 anos que sofreu ataques racistas em uma escola particular de Teresina. Ao denunciar o caso, o pai lembrou que há 30 anos ele sofreu o mesmo, chegando a abandonar, na época, a escola. 

No último dia 9 de setembro, a filha participou de uma gincana da escola e ao se vestir de Dandara, guerreira negra que viveu no Quilombo dos Palmares, a garota sofreu ofensas de colegas.

Claudinilson Martins da Mata, 46 anos, pai da estudante, disse que ficou “decepcionado”, “triste” e resolveu denunciar para que haja punição aos culpados.

Veja matéria:

Vestida de guerreira negra, aluna sofre ataques racistas em escola de Teresina.

“Eu fiquei abalado. Já passei por esse sofrimento, eu sei o que ela está passando hoje. Eu fiquei muito triste. Ela é uma pessoa alegre e está com semblante triste. A pessoa negra não é animal selvagem, é um ser humano e todos têm oportunidade de crescer e ter algo melhor na vida”, disse o pai da menina.

Quando tinha 16 anos, Claudinilson lembrou que frequentava uma escola no bairro Renascença e devido às ofensas racistas, abandonou o colégio.

“Perdi oportunidade. Tinha o maior sonho de trabalhar na área de saúde e deixei meu sonho por causa do racismo. Eu sei que não vai acabar, mas tenho esperança que um dia possa parar. Esse caso vamos levar para frente, porque em pleno século 21 não podemos aceitar ofensas racistas”.

Claudinilson - que é vigilante - contou que ao saber dos ataques quase chorou e aconselhou a filha a seguir estudando.

“Eu perdi meu sonho, mas continuei. Hoje eu sou um cidadão e sei que ela vai vencer também”, disse o pai informando que o sonho da filha é ser juíza.

A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.

As denúncias podem ser feitas em qualquer delegacia ou na Delegacia de Repressão as Condutas Discriminatórias.

 

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Fonte: Cidade Verde/Por Yala Sena

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