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Brasil tem mais de 90 mil supostos casos de zika no primeiro trimestre

Até então, as autoridades estimavam que 1,5 milhão de brasileiros tinham contraído o zika. Não existe tratamento nem vacina para a doença.

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  Mosquitos Aedes aegypti são vistos em um laboratório, em São Paulo, no dia 8 de janeiro de 2016

O Brasil registrou 91.387 casos de suspeita de contaminação pelo zika vírus no primeiro trimestre do ano, informou o ministério da Saúde na terça-feira. O boletim epidemiológico do órgão revela, ainda, que a doença foi confirmada em 2.844 grávidas.

Só no Nordeste foram reportados 30.286 casos de suspeita de zika entre 3 de janeiro e 2 de abril. A região também foi a mais afetada pelo surto de microcefalia, detectado em outubro de 2015.

A malformação congênita no cérebro dos bebês, que cientistas associam à contaminação de grávidas pelo zika vírus, causa sequelas permanentes e limita o desenvolvimento motor e intelectual dos portadores.

"É impossível ter uma ideia da proporção de grávidas infectadas pelo vírus que terão bebês com microcefalia. Até agora, a maioria desses casos foi em mulheres que ficaram doentes durante o primeiro trimestre da gravidez", afirmou o diretor de Vigilância das Doenças Transmissíveis do ministério, Cláudio Maierovitch.

Em todo o país, três pessoas morreram por causa do vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, que também transmite a dengue e a chikungunya.

Os dados são os primeiros oficiais sobre o zika no país, e chegam depois do governo ter determinado, no início do ano, que todos os casos de suspeita do vírus deveriam ser registrados.

Até então, as autoridades estimavam que 1,5 milhão de brasileiros tinham contraído o zika. Não existe tratamento nem vacina para a doença.

Outra estatística do Ministério da Saúde revela que foram confirmados 1.198 casos de bebês com microcefalia, de 7.228 suspeitas, de outubro a abril, que o governo relaciona com o zika.

O possível vínculo entre o vírus e a malformação levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar emergência global.

Nesta segunda-feira, a subdiretora-geral da OMS, Marie-Paule Kieny, disse que o vírus está "claramente" perdendo terreno no Brasil, provavelmente devido ao fim do verão austral, período em que a proliferação do mosquito é maior.

O zika pode causar também transtornos neurológicos, como a síndrome de Guillain-Barré, doença que provoca paralisia e pode levar à morte do paciente.

O governo brasileiro informou também que no primeiro trimestre do ano foram registrados 802.429 casos de suspeita de dengue, 13,7% a mais que no mesmo período de 2015, com 140 mortos, e 39.017 casos de chikungunya, que aumentaram 426%.

P U B L I C I D A D E

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AFP

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