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Júri popular inocenta acusado de mandar matar ex-prefeito da cidade de Altos (PI)

Promotor lamentou o resultado e destacou que o Ministério Público já recorreu da decisão junto ao Tribunal de Justiça.

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 Réu Antônio Orlando da Silva/Foto:Wilson Filho/cidadeverde

O réu Antônio Orlando da Silva que era apontado como o mandante da morte do ex-prefeito de Altos, César Leal, em 1996, foi inocentado. O julgamento começou na manhã desta terça-feira (29) e só terminou durante a noite. O promotor Ubiraci Rocha disse que o júri identificou a autoria do crime, mas mesmo assim, decidiu absolver o réu. Ele considerou o resultado contraditório.

"Ele infelizmente foi absolvido. Houve uma contradição na resposta dos jurados. Quanto à autoria, eles admitiram a participação dele, mas resolveram absolver. Isso é uma contradição", declarou.

O promotor lamentou o resultado e destacou que o Ministério Público já recorreu da decisão junto ao Tribunal de Justiça.

"O  MP traduz o resultado como um sentimento de impunidade do crime. Isso que precisa ser mudado nesse país e nesse estado. A sociedade espera 20 anos por um julgamento em que a defesa se utilizou de todo tipo de subterfúgio e quando ocorre, o júri entende que o acusado é o mandante e mesmo assim absolve. É algo lastimável e a sociedade continua à mercê desse tipo de coisa", declarou.

Ubiraci declarou que, durante o julgamento, o acusado chegou a negar participação na morte do ex-prefeito e declarou ser alvo de perseguição por parte do delegado de Polícia Civil da cidade à época do crime.

O julgamento durou cerca de 12 horas e um novo julgamento deve ocorrer dentro do prazo de um ano. Os outros três envolvidos - dois intermediários e um autor dos disparos - devem ser julgados pela justiça de Altos. O promotor teme que pela morosidade do processo, o crime prescreva e os suspeitos não respondam pelo homicídio.

O crime

Para o  Ministério Público, Antônio Orlando, que à época do homicídio era vice prefeito da cidade, teria pago R$ 50 mil pelo homicídio. Para executar o crime, ele teria contatado dois homens (Abimar Paixão de Sousa e Afrânio Paixão de Sousa), que acionaram Francisco Alves Barbosa, o "Chico Pacajás", que contratou Raimundo Nonato, o "Gordinho", responsável pelos disparos.

Em outubro de 2015, a audiência de julgamento foi adiada porque o advogado do réu desistiu do caso, o que foi considerado pelo Ministério Público, como manobra do acusado para adiar a decisão. César Leal era pai da atual prefeita de Altos, Patrícia Leal.

O réu também é acusado de matar um policial militar no mesmo ano, no bairro Marquês, zona Norte de Teresina. Para este segundo crime ainda não há data para o julgamento.

P U B L I C I D A D E

 

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