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Cânion do Rio Poty abriga paraíso arqueológico há mais de 5 mil anos

Belezas naturais do Piauí

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 Cânion do rio Poti

O Cânion do rio Poti, localizado na serra da Ibiapaba, entre os estados do Piauí e Ceará, abriga um dos mais importantes acervos de gravuras rupestres do mundo. Mais especificamente, no Poço da Bebidinha, em Buriti dos Montes, é possível visualizar imagens gravadas nas pedras há mais de 5 mil anos, e que podem dar a pesquisadores respostas sobre  o modo de vida das antigos povos que habitavam a região.

Diferente das pinturas rupestres, encontradas na Serra da Capivara, pintadas, as gravuras do Cânion do Poty foram talhadas nas pedras. A hipótese é que as inscrições eram feitas com uso de material mais duro que as rochas, o que ainda é alvo da investigação dos pesquisadores que atuam na área.

A equipe do Arqueólogo Rubens Luna estuda as potencialidades rupestres do Poço da Bebidinha. Ele explica que, apesar de recentes, as pesquisas já apontam para a importância, a nível mundial, das gravuras encontradas no cânion do Poty. “É algo que não ocorre em nenhum lugar do mundo. Existem inúmeros cânions, mas nenhum com um sítio arqueológico de tamanha importância”, pontua.

As gravuras, segundo Rubens Luna, podem contribuir para o entendimento do modo de vida dos povos que habitavam a região. “Era a forma que eles tinham de transferir conhecimento. Ali estão representados símbolos que, certamente, tinham uma função social, seja de identidade étnica, marcação do tempo, ciclos de produção agrícola”, explica o arqueólogo. 

Apesar da inegável importância, ainda não é possível mensurar o real valor das gravuras do Poço da Bebidinha. Localizado em uma região ainda preservada, no meio da caatinga, ele esconde mistérios, e respostas buscadas por pesquisadores de todo o mundo. “A riqueza patrimonial daquela região é enorme, e ainda desconhecida”, explica Rubens Luna.

Para manter a preservação do patrimônio arqueológico, e facilitar os trabalhos de estudo, pesquisadores cobram que o Poço da Bebidinha se transforme em um parque ambiental, protegido da ação humana, e de qualquer tipo de degradação que possa danificar o que para os pesquisadores é um verdadeiro tesouro. “É preciso criar, urgentemente, um mecanismo de gestão para aquela área”, cobra o arqueólogo Rubens Luna, que nos últimos meses tem se dedicado a buscar, junto ao poder público, soluções para preservar o patrimônio arqueológico da região.

P U B L I C I D A D E 

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