O Piauí é o estado com menor taxa de homicídio no Nordeste e possui a sexta menor taxa de homicídios por armas de fogo no Brasil. É o que aponta a mais recente pesquisa elaborada pelo professor e sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, diretor de pesquisa do Instituto Sangari e coordenador da Área de Estudos sobre Violência da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO). De acordo com o estudo, nenhum dos municípios piauienses está incluído entre as 150 cidades com maiores índices de homicídios do país.
A pesquisa evidencia que, no Brasil, houve um crescimento médio de 23,7% no número vítimas de homicídios por armas de fogo na década 2004-2014, que equivale a um aumento de 11,1% nas taxas de homicídio. Isso é resultante de um conjunto de realidades locais e regionais fortemente diferenciadas. A região Nordeste foi a que apresentou as maiores taxas de assassinatos em quase todos os anos da década analisada, mas o Piauí praticamente não figura nesses números puxados para cima.
O secretário de Estado da Segurança, Fábio Abreu, afirma que esse baixo índice de criminalidade no Piauí em relação a outros estados tem muito a ver com as políticas que priorizam a proteção da sociedade, adotadas durante esse período pelo modelo de gestão do governador Wellington Dias, que governou o Estado entre 2003 e 2010, retornando em 2015. “Temos também que considerar que a população piauiense tem como uma de suas principais características a cultura de paz”, acrescenta o gestor.
De acordo com o secretário Fábio Abreu, o Piauí, mesmo acompanhando a taxa de desenvolvimento do Nordeste, chegando, inclusive, a superar outros da mesma região durante esse período, despontando na elevação do Produto Interno Bruto (PIB), conseguiu aplicar instrumentos de contenção da violência, principalmente com o aumento de efetivos de segurança, aparelhamento das polícias, investimento em inteligência policial, paralelamente à preocupação com geração de ocupação de mão de obra, além de um arrojado trabalho em direção à ressocialização do preso, garantindo-lhe continuação nos estudos e ensino profissional, preparando-o para o retorno à sociedade de forma digna.
O secretário garante que de 2014 até agora, os números são ainda mais favoráveis ao Piauí, pela arrojada política emergencial de segurança que vem sendo desenvolvida em todo o estado. Ele lembra parcerias importantes com o Ministério da Justiça, que enviou para o território piauiense a Força Nacional de Segurança e investimentos importantes em tecnologia, como o Sistema de Monitoramento Eletrônico em áreas consideradas de alto risco. Segundo o Núcleo de Estatística da Secretaria de Segurança, essa iniciativa diminuiu consideravelmente o tráfico e o consumo de drogas, além, claro, os índices de violência.
Outra medida importante, segundo o secretário Fábio Abreu, são os instrumentos de proteção direcionados à mulher, com implantação de mais delegacias especializadas e mais acolhimento às denúncias da violência de gênero.
Na Região Nordeste, a taxa média em 2014 foi de 32,8 homicídios por armas de fogo por 100 mil habitantes, fica bem acima da taxa da região que vem imediatamente a seguir, Centro-Oeste, com 26,0. As taxas, em 2014, são violentamente puxadas para cima por Alagoas (56,1) e também pelo Ceará, Sergipe e Rio Grande do Norte, com taxas em torno de 40 por 100 mil. Na Região Centro-Oeste, destaca-se Goiás, cuja taxa excede os 30 homicídios por 100 mil habitantes.
Mapa da Violência
O estudo permite verificar, para cada Unidade da Federação, a participação dos municípios entre os 150 mais violentos quanto aos assassinatos por armas de fogo. Em Alagoas, 27 dos 102 municípios do estado se encontram na lista, isto é, 26,5%. Também Ceará e Sergipe têm elevada incidência: acima de 10%. Mas nove estados: Acre, Amapá, Amazonas, Piauí, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins, além do Distrito Federal, não têm municípios incluídos entre os 150 maiores com homicídios por arma de fogo.
O Brasil registrou 57 mil homicídios em 2014, de acordo com o estudo coordenado pelo professor e sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz. São 29 homicídios para cada 100 mil habitantes. São Luís, no Maranhão, foi a cidade mais violenta do país, com 90 homicídios para cada 100 mil habitantes. Alagoas foi o estado mais violento para a população negra. A cada 13 vítimas de homicídio, 12 eram negras. Fortaleza (CE) foi a capital com maior taxa de homicídios por armas de fogo em 2014, com 81,5 vítimas a cada 100 mil habitantes.
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