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Agora afunilou. Depois de conseguirem avançar às oitavas de final da Copa Libertadores, os rivais Corinthians e São Paulo terão pela frente Nacional-URU e Toluca-MEX, respectivamente, no mata-mata. Enquanto os alvinegros entram em campo em Montevidéu na ida, nesta quarta-feira, o Tricolor recebe os mexicanos no Morumbi, na quinta-feira. E o blog analisou o que cada um destes adversários tem como características e no que podem trazer perigo aos brasileiros. Confira:

Nacional-URU: competitividade e organização

Depois de se classificar em um grupo difícil, onde enfrentou Rosário Central e Palmeiras, uma das equipes mais tradicionais da América do Sul volta a ter um adversário brasileiro pela frente. Se por um lado o Nacional não esbanja qualidade técnica, por outro sobra em aplicação tática, organização e competitividade, características marcantes nesta sua campanha na Copa Libertadores.

Ao analisarmos a equipe treinada pelo ex-goleiro Gustavo Munúa, vemos um coletivo forte, intenso sem a posse da bola e muito reativo sem a mesma. Os uruguaios têm atuado em um 4-2-3-1 quando se tem a posse. Sem a bola varia para o 4-4-2, com duas linhas de 4. Quando não se está com a pelota em seus domínios, trata-se de um time muito agressivo, principalmente no seu meio de campo. A segunda linha de quatro, formada por volantes e pontas, costuma incomodar muito a criação das jogadas de seu rival, colocando sempre muita pressão na bola.

Com a posse da bola a história fica diferente. O Nacional tem mostrado dificuldades em propor o jogo. As melhores chances de gol acontecem após a recuperação da posse e a rápida transição ofensiva. Jogadores como Kevin Ramírez, Leandro Barcia, Christian Tabo e Nico López são de extrema importância neste sentido, já que todos têm como característica um jogo mais agudo e vertical.

A referência técnica da equipe é Nicolas López, que tem seus direitos pertencentes à Roma-ITA e veio por empréstimo para a disputa desta Libertadores. Pode atuar como centroavante ou o meia centralizado no 4-2-3-1, mas sempre com muita mobilidade em qualquer das situações. Participativo, busca o jogo e se mexe por todas as faixas do campo. O camisa 9, com força nas explosões e inteligência para se posicionar dentro área, é uma das ameaças para os corintianos em Montevidéu.

A iniciação e criação das jogadas do Nacional se concentram muito pelos lados do campo. Fucile (lateral-direito) e Espino (lateral-esquerdo) se posicionam bem abertos e tentam sempre encaixar passes em profundidade para os pontas. Gonzalo Porras, o volante mais recuado, vem até os zagueiros para sair jogando, enquanto Felipe Carballo tem mais liberdade para se projetar nos espaços ofensivos.

Sem Ignácio Gonzalez (lesionado), Munúa deve escalar sua equipe com: Conde; Fucile, Victorino, Polenta e Espino; Porras (ou Romero) e Cerballo; Barcia (ou Tabó), Sebastian Fernandez e Ramírez; Nico Lopez. Léo Gamalho, centroavante brasileiro, é uma das opções no banco, mas que vem sendo bem aproveitada nesta temporada. Com ele em campo, Nico pode fazer tanto a meia como a função dos pontas, ou mesmo ser um segundo atacante.

Toluca-MEX: qualidade técnica para achar espaços

Assim como qualquer um que tem um rival mexicano pela frente, o São Paulo não terá vida fácil contra o Toluca. Depois de chegar à semifinais do Apertura do Campeonato Mexicano, a briga dos Diablos Rojos agora no Clausura é para alcançar, pelo menos, a oitava colocação e jogar as quartas. E uma vitória no último jogo, contra o América, fora de casa, recolocou a equipe na briga. Mas o que isso tem a ver com o São Paulo? Simples: eles podem ficar divididos entre duas competições.

Dentro de campo o Toluca mostra qualidade técnica para jogar futebol e trocar passes até achar espaços. É possível ver a bola circular de pé em pé, triangulações nos setores e a busca por superioridade numérica pelos lados do campo, ondem usam muito os cruzamentos rápidos, com os atacantes infiltrando e atacando a bola de frente. No geral, a equipe é formada por jogadores rápidos em suas ações com bola, móveis no último terço do campo e inteligentes para as tomadas de decisões.

Apesar de ter usado um esquema com três zagueiros contra o San Lorenzo na própria Libertadores e algumas variações para o 4-2-3-1, os Diablos têm se estruturado no 4-4-2, com duas linhas de 4, com ou sem a posse da bola. A equipe flutua bem as linhas e busca sempre fazer pressão no lado da bola.

Na questão individual tem no peruano Cueva um de seus pontos altos. Meia pela esquerda, o baixinho de 1,69m dá dinâmica ao momento ofensivo. Busca o jogo, flutua para outros setores e gosta de trazer a bola para dentro para finalizar. Do outro lado, Esquível também mostra qualidade nas diagonais. Na parte central do campo é Trejo que dá qualidade na circulação da bola. Volante pela esquerda, ele consegue achar bem seus companheiros em passes mais verticais e em profundidade.

Sem a posse da bola, a equipe mexicana busca proteger a região decisiva (espaço entre a meia lua e a pequena área, onde saem a grande maioria dos gols no futebol), sempre com jogadores posicionados por ali. Também procuram estreitar a linha defensiva para evitar infiltrações. Com isso, acabam dando espaços para os adversários mais pelos lados do campo.

Na hora da transição defensiva, momento em que se perde a bola e tem que retornar para defender, o Toluca mostra certa desorganização. Apesar de ter normalmente quatro jogadores no balanço defensivo (homens que, quando a equipe ataca, ficam na retaguarda), costumam dar espaços nos contra-ataques. Normalmente não buscam pressionar a bola imediatamente e sim correr para trás e tentar retardar a tomada de decisão do portador da bola.

Com Carlos Rodriguez (lateral-esquerdo), Gerardo Flores (lateral-direito) e Dario Botinelli (meia ex-Flamengo) lesionados, o provável Toluca para enfrentar o Tricolor é: Talavera; J. Silva, A. Galindo, P. Da Silva e O. Rojas; C. Esquível, A. Ríos, E. Trejo e C. Cueva; E. Triverio (ou Uribe) e E. Vega.

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